Em 2011, um bom ano de muita indignação para todos

INDIG

A nossa indignação
É uma mosca sem asas
Não ultrapassa as janelas
De nossas casas

- Skank

A Boa Política não é aquela que faz as coisas acontecerem, é aquela que não flerta com os deslizes e seus autores, independente dos fins. Que nossa intolerância expurgue de nossas vidas esses parasitas medíocres que se alimentam de nosso suor.

Quem em 2011, consigamos tirar nossa indignação da sala e levar para as ruas. Para facilitar já trazemos, via Ruth de Aquino, na Época (assinantes), 10 boas razões para se indignar.

  1. o número de analfabetos funcionais na oitava economia do mundo. Uma contradição provocada pela contínua falta de prioridade na educação fundamental e na qualidade da instrução;
  2. os absurdos privilégios dos deputados e senadores, que aprovam aumentos para si mesmos e, além do salário, dispõem de uma verba extra irreal. Com R$ 26 mil mensais, deveriam abrir mão das mordomias;
  3. a influência excessiva da Igreja sobre o Estado laico brasileiro. Em assuntos como células-tronco, controle da natalidade ou descriminalização do aborto, por que a religião se sobrepõe a razões de saúde e ciência? Que se respeitem a fé e os ditames do Vaticano como opções individuais, mas não como condutores de políticas públicas;
  4. a impunidade de assassinos confessos, como o jornalista Pimenta Neves. Com recursos em cascata permitidos por lei, quem tem dinheiro, prestígio e diploma se safa da prisão, mesmo depois de confessar crime hediondo e ser condenado por júri popular;
  5. a agressividade no trânsito, que torna o Brasil recordista em mortes em acidentes. O antropólogo Roberto Da Matta acaba de escrever um livro sobre isso: “Dirigir com cautela no Brasil significa ser barbeiro, bobo e idiota”. Acelerar para assustar pedestres, fechar o outro veículo, entrar na vaga alheia, bloquear os cruzamentos, xingar. Não é assim no exterior;
  6. a falta de educação da elite brasileira. Boa parcela de ricos desenvolve falta de educação associada à arrogância e à crença na impunidade. Joga lixo nas praias e da janela de carros importados, dá festanças ignorando a lei do silêncio, viola a legislação ambiental e sempre quer levar vantagem;
  7. os impostos escorchantes, que não resultam em benefício para a população carente. Cartéis punem o consumidor e tornam produtos e passagens aéreas no Brasil muito mais caros;
  8. a falta de sistema de saúde pública que dê dignidade a quem precisa e aos mais velhos. Gente morrendo em fila de hospital ou por falta de leitos e médicos é inaceitável. Quantas CPMFs o governo exigirá?;
  9. a falta de política de habitação decente para os mais pobres, mesmo com tantos prédios públicos vazios;
  10. a inexistência de transporte de massas, num país que fez opção equivocada pelo carro. Metrôs e trens, ligados a uma rede de ônibus sem ranço de máfias, deveriam transportar todas as classes sociais.

Nas nossas mãos, eliminar esses famigerados itens, um a um!

Feliz 2011!!!

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